Aula dia 04/09/2012
Aula ministrada pela professora Ynayah
Tema da aula: Construção do número operatório:
Comparação, correspondência, e conservação do número.
A invenção dos números é uma história anônima que podemos nos
apropriar.
Utilizamos os números em diferentes funções no dia a dia, como números
de telefones, endereços, etc. A criança faz uso de algumas dessas funções
desde, aproximadamente, dois anos, mas a compreensão operatória de número
depende do estabelecimento de relações que somente alguns anos mais tarde ela
irá construir.
A forma como a criança estrutura esse conceito foi estudada por
Piaget, que relaciona a construção operatória do número aos conceitos de
classificação e seriação.
Classificação – Chamamos de
classificação ao ato de criar uma classe formada por elementos com algum
atributo comum a todos eles. Organizar e agrupar pela semelhança.
A estrutura lógica de classificação se desenvolve de forma gradual e
em etapas.
Nível de coleções figurais - Uma
criança do nível pré-operatório (3 ou 4 anos) fará a classificações formando
figuras – cada objeto é considerado como parte de uma figura que está
imaginando. Nessa fase a relação entre as partes é elemento-elemento.
Nível de coleções não figurais
- As coleções são formadas levando em consideração características comuns a
todos. As crianças nessa fase desenvolvem a possibilidade de dar um nome a
todos os elementos baseando-se em uma característica comum a todos os
elementos. A relação entre os objetos é elemento-classe.
Nível da classificação
operatória - Só é atingido com a aquisição da reversibilidade e da
capacidade de perceber inclusões hierárquicas.
Reversibilidade representa
a possibilidade de verbalizar a volta ao começo em uma determinada operação.
Inclusão hierárquica é a
possibilidade de reconhecer classes encaixadas sucessivamente umas nas outras.
Exemplo: Todas as rosas são flores, mas existem flores que não rosas.
Seriação – Organizar pela
diferença de forma crescente ou decrescente por tamanho, peso, largura,
comprimento...
Há vários níveis de seriação.
Ausência de seriação –
Nessa fase a criança forma grupos com dois ou com três elementos.
Seriação por tentativas
(série intuitiva) – A criança tem dificuldade em selecionar qual peça é maior
que todas as já colocadas e, menor que todas as faltam para serem colocadas.
Seu raciocínio ainda não é reversível para considerar a relação entre dois
sentidos contrários – um objeto ser simultaneamente maior que um e menor que
outro.
Série operatória - A partir
de critérios lógicos a criança é capaz de selecionar e antecipar o lugar de
cada elemento. Essa capacidade é chamada de transitividade.
O número operatório – se
constrói quando uma criança adquire a habilidade de classificar e dar nome a um
conjunto e, simultaneamente, é capaz de ordenar esses elementos.
Ao classificar os elementos dando um nome a esse conjunto a criança
está construindo o número cardinal e
ao seriar esses elementos ela estará construindo o número ordinal.
Conservação - A quantidade
de matéria deve permanecer a mesma independentemente das transformações em uma
dimensão irrelevante.
A conservação de quantidades é construída pela criança de forma progressiva,
isto é, a passagem da não conservação para a conservação é um processo gradual
provocado pela reconstrução de esquemas já formados. Esse é um processo que
deve ser construído pela criança e não ensinado a ela diretamente.
Numerização
É a aprendizagem dos números em sua correlação com suas respectivas
quantidades.
Sequência numérica
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9... segue progressivamente na estrutura “mais um”.
Cada número tem um antecessor e um sucessor, exceto o zero.
O corpo aprende
Para que a criança possa se apropriar do conceito de número é
necessário que ela tenha a oportunidade de vivenciar situações através de
atividades ou jogos. Essas atividades devem conter um dos sete princípios a seguir enunciados:
1. Correspondência:
relação um a um.
2. Comparação:
estabelecer diferenças ou semelhanças.
3. Classificação:
separar em categorias de acordo com semelhanças ou diferenças.
4. Sequenciação:
fazer suceder a cada elemento, outro sem considerar a ordem entre eles.
5. Seriação:
ordenar uma sequência segundo um critério.
6. Inclusão;
fazer abranger um conjunto por outro.
7. Conservação:
perceber que a quantidade não depende da arrumação, forma ou posição.
Situações coletivas que
permitem o trabalho de construção do conceito de número
1. Distribuição de
materiais: pedir à criança que pegue material suficiente para ser distribuído
para toda a classe ou para seu grupo.
2. Coleta dos
objetos distribuídos: pedir à criança que recolha os objetos distribuídos, ou
outro material.
3. Votação: fazer
a votação para a decisão coletiva de alguma situação pertinente ao momento do
trabalho.
4. Jogos e
atividades. Os jogos são excelentes para meios para o desenvolvimento do
raciocínio lógico-matemático e da autonomia.
Para se trabalhar com jogos ou atividades
é necessário que sejam planejados os seguintes itens:
1. Objetivo: Devem dar a direção ao trabalho. Pergunta: O que pretendo
desenvolver no decorrer das atividades? O
que?
2. Público: Quais serão os sujeitos para os quais a proposta se destina.
É preciso conhecer certas características do desenvolvimento da criança para
que as condições sejam favoráveis (adequação). Para quem?
3. Materiais: Destina-se a produzir, organizar e compor previamente o
material que será utilizado. Com o que?
4. Adaptações: Com a finalidade de se tornar adequado aos objetivos
propostos, é recomendável que sejam feitas as modificações que se fizerem
necessárias. O profissional precisa dominar a estrutura do jogo para que possa
propor novas situações que enriqueçam a atividade. De que modo?
5. Tempo: É necessário considerar o tempo disponível para a realização
da proposta. Quando e quanto?
6. Espaço: levar em consideração o espaço onde a atividade será
desenvolvida. Onde?
7. Dinâmica: Relaciona-se aos procedimentos a serem utilizados.
Implica em planejar as estratégias que irão compor o conjunto de ações de
caráter funcional e aplicativo, considerando desde as instruções até a
finalização da proposta. Como?
8. Avaliação da proposta: Ao final da atividade, realizar uma análise
crítica dos procedimentos em relação aos resultados obtidos. Qual é o impacto produzido?
RAMOS, Luzia F.. Conversas sobre números, ações
e operações: uma proposta criativa para o ensino da matemática nos
primeiros anos. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2009
Atividade em sala de aula foi proposto.
Utilizamos:
Canudos
Barbante
Cola
Tesoura
Muito esclarecedor seu texto.
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