quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Construção do número operatório: Comparação, correspondência, e conservação do número.


Aula dia 04/09/2012
Aula ministrada pela professora Ynayah
Tema da aula: Construção do número operatório: Comparação, correspondência, e conservação do número.


A invenção dos números é uma história anônima que podemos nos apropriar.
Utilizamos os números em diferentes funções no dia a dia, como números de telefones, endereços, etc. A criança faz uso de algumas dessas funções desde, aproximadamente, dois anos, mas a compreensão operatória de número depende do estabelecimento de relações que somente alguns anos mais tarde ela irá construir.
A forma como a criança estrutura esse conceito foi estudada por Piaget, que relaciona a construção operatória do número aos conceitos de classificação e seriação.

Classificação – Chamamos de classificação ao ato de criar uma classe formada por elementos com algum atributo comum a todos eles. Organizar e agrupar pela semelhança.
A estrutura lógica de classificação se desenvolve de forma gradual e em etapas.
Nível de coleções figurais - Uma criança do nível pré-operatório (3 ou 4 anos) fará a classificações formando figuras – cada objeto é considerado como parte de uma figura que está imaginando. Nessa fase a relação entre as partes é elemento-elemento.
Nível de coleções não figurais - As coleções são formadas levando em consideração características comuns a todos. As crianças nessa fase desenvolvem a possibilidade de dar um nome a todos os elementos baseando-se em uma característica comum a todos os elementos. A relação entre os objetos é elemento-classe.
Nível da classificação operatória - Só é atingido com a aquisição da reversibilidade e da capacidade de perceber inclusões hierárquicas.
Reversibilidade representa a possibilidade de verbalizar a volta ao começo em uma determinada operação.
Inclusão hierárquica é a possibilidade de reconhecer classes encaixadas sucessivamente umas nas outras. Exemplo: Todas as rosas são flores, mas existem flores que não rosas.

Seriação – Organizar pela diferença de forma crescente ou decrescente por tamanho, peso, largura, comprimento...
Há vários níveis de seriação.
Ausência de seriação – Nessa fase a criança forma grupos com dois ou com três elementos.
Seriação por tentativas (série intuitiva) – A criança tem dificuldade em selecionar qual peça é maior que todas as já colocadas e, menor que todas as faltam para serem colocadas. Seu raciocínio ainda não é reversível para considerar a relação entre dois sentidos contrários – um objeto ser simultaneamente maior que um e menor que outro.
Série operatória - A partir de critérios lógicos a criança é capaz de selecionar e antecipar o lugar de cada elemento. Essa capacidade é chamada de transitividade.

O número operatório – se constrói quando uma criança adquire a habilidade de classificar e dar nome a um conjunto e, simultaneamente, é capaz de ordenar esses elementos.
Ao classificar os elementos dando um nome a esse conjunto a criança está construindo o número cardinal e ao seriar esses elementos ela estará construindo o número ordinal.

Conservação - A quantidade de matéria deve permanecer a mesma independentemente das transformações em uma dimensão irrelevante.
A conservação de quantidades é construída pela criança de forma progressiva, isto é, a passagem da não conservação para a conservação é um processo gradual provocado pela reconstrução de esquemas já formados. Esse é um processo que deve ser construído pela criança e não ensinado a ela diretamente.

Numerização
É a aprendizagem dos números em sua correlação com suas respectivas quantidades.
Sequência numérica
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9... segue progressivamente na estrutura “mais um”.
Cada número tem um antecessor e um sucessor, exceto o zero.

O corpo aprende
Para que a criança possa se apropriar do conceito de número é necessário que ela tenha a oportunidade de vivenciar situações através de atividades ou jogos. Essas atividades devem conter um dos sete princípios a seguir enunciados:
1. Correspondência: relação um a um.
2. Comparação: estabelecer diferenças ou semelhanças.
3. Classificação: separar em categorias de acordo com semelhanças ou diferenças.
4. Sequenciação: fazer suceder a cada elemento, outro sem considerar a ordem entre eles.
5. Seriação: ordenar uma sequência segundo um critério.
6. Inclusão; fazer abranger um conjunto por outro.
7. Conservação: perceber que a quantidade não depende da arrumação, forma ou posição.

Situações coletivas que permitem o trabalho de construção do conceito de número

1. Distribuição de materiais: pedir à criança que pegue material suficiente para ser distribuído para toda a classe ou para seu grupo.
2. Coleta dos objetos distribuídos: pedir à criança que recolha os objetos distribuídos, ou outro material.
3. Votação: fazer a votação para a decisão coletiva de alguma situação pertinente ao momento do trabalho.
4. Jogos e atividades. Os jogos são excelentes para meios para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático e da autonomia.

Para se trabalhar com jogos ou atividades é necessário que sejam planejados os seguintes itens:

1. Objetivo: Devem dar a direção ao trabalho. Pergunta: O que pretendo desenvolver no decorrer das atividades? O que? 
2. Público: Quais serão os sujeitos para os quais a proposta se destina. É preciso conhecer certas características do desenvolvimento da criança para que as condições sejam favoráveis (adequação). Para quem?
3. Materiais: Destina-se a produzir, organizar e compor previamente o material que será utilizado. Com o que?
4. Adaptações: Com a finalidade de se tornar adequado aos objetivos propostos, é recomendável que sejam feitas as modificações que se fizerem necessárias. O profissional precisa dominar a estrutura do jogo para que possa propor novas situações que enriqueçam a atividade. De que modo?
5. Tempo: É necessário considerar o tempo disponível para a realização da proposta. Quando e quanto?
6. Espaço: levar em consideração o espaço onde a atividade será desenvolvida. Onde?
7. Dinâmica: Relaciona-se aos procedimentos a serem utilizados. Implica em planejar as estratégias que irão compor o conjunto de ações de caráter funcional e aplicativo, considerando desde as instruções até a finalização da proposta. Como?
8. Avaliação da proposta: Ao final da atividade, realizar uma análise crítica dos procedimentos em relação aos resultados obtidos. Qual é o impacto produzido?


RAMOS, Luzia F.. Conversas sobre números, ações e operações: uma proposta criativa para o ensino da matemática nos primeiros anos. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2009







Atividade em sala de aula foi proposto.
Utilizamos:
Canudos
Barbante
Cola 
Tesoura















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